Top 10 Livros de Literatura
É impossível escolher só 10 livros. Eu devia ter feito pelo menos um Top 20, mas vamos lá:
1- O Jogo das Contas de Vidro, por Hermann Hesse
Praticamente todo mundo que me conhece sabe que esse é meu livro favorito. Eu vivo citando trechos desse livro em qualquer conversa. Já devo ter lido talvez umas oito vezes e nunca vou me cansar de reler. Meu coração bate forte lendo algumas passagens que eu praticamente já decorei. Obviamente, já li vários outros livros do autor e outro dele que gosto bastante é “Narcissus and Goldmund”.
Eu fiz um vídeo sobre o livro no ano passado, aqui.
Em 2014 eu fiz um Top 10 de Literatura e lá eu escrevi o seguinte sobre esse livro:
“A ideia dessa história é uma das mais perfeitas que já vi. Desde que ouvi falar nesse livro, eu o amei antes mesmo de ler. Ao finalizar a leitura, o amor foi crescendo. Na segunda leitura, esse amor amadureceu.
Porém, aviso que a leitura é árida, difícil, até mesmo “chata”, alguns diriam. Mas uma vez que se penetre no arcano da história, você sente aquele êxtase de ter resolvido um problema complexo de matemática após se estressar muito. Uma sensação insubstituível. Eu sabia que havia cumprido um dos mais altos objetivos da minha existência ao finalizar esse livro. Esse, eu posso dizer, é um livro que eu gostaria de ter escrito”.
Lendo isso agora, pode até parecer uma exaltação meio exagerada do livro, mas após tê-lo lido tantas vezes, confirmo que não é. Eu continuo admirando o livro desse jeito. Quanto mais vezes eu leio, descubro coisas novas, tanto sobre a obra quanto sobre mim mesma.
Não é por acaso que principalmente por causa desse livro o autor recebeu o Nobel de Literatura. Eu teria dado dois pra ele e dito: “Agora você pode se tornar o novo Presidente/Rei do mundo!”
Tá bom, chega, hahaha!
2- O Senhor das Moscas, por William Golding
Outro Nobel de Literatura. Na verdade, eu nem me lembrava que esse cara “era Nobel”.
Eu li esse livro pela primeira vez quando eu ainda era criança! Eu devia ter mais ou menos a idade do protagonista. Meu pai me emprestou. Lembro que fiquei bem impressionada quando o li. Principalmente com as cenas violentas. Pensei muito sobre a história, inclusive muito tempo após ter terminado a leitura. As imagens ficaram na minha mente por longos anos.
Já vi um filme baseado nesse livro. Até hoje, quando penso nessa história, sinto algumas sensações de medo e fascínio e me recordo da época da minha infância em que o li.
3- Macunaíma, por Mário de Andrade
Todos nós ouvimos falar nessa obra nas aulas de literatura no colégio, mas nem todos temos a oportunidade de ler durante o ensino médio. Eu mesma só li alguns anos depois. Mas eu o busquei exatamente porque o que foi dito durante as aulas me deixou bem curiosa.
Esse livro é genial. Chorei de rir em várias partes. Eu também já vi a adaptação em filme, que é bem divertida.
4- Noite de Reis, por Shakespeare
Já devo ter lido quase vinte livros do Shakespeare. Já li duas vezes mais de dez deles e os meus favoritos talvez umas três ou quatro vezes. Afinal, são livros curtos. Alguns é possível terminar de ler em 1h ou 2h. Também já vi a adaptação em forma de peça de teatro de várias obras dele.
Além desse, meus outros dois favoritos do Shakespeare são Rei Lear e Hamlet. Mas pra mim não há nenhum outro como “Noite de Reis”. Já vi o filme baseado nesse livro. E outros filmes baseados em outros.
Só tenho uma frase a dizer sobre esse livro: “Meias amarelas de Malvólio”. Épico.
Você não chora de rir, você nada nas suas lágrimas.
5- Cândido, por Voltaire
Falando em rir.
Eu amo o Voltaire. Já li vários livros dele, tanto romances quanto livros de filosofia. Acho que mais de cinco. Cândido eu já li várias vezes. A primeira vez foi no início da adolescência. Meu pai me emprestou (sempre ele!)
Voltaire é um grande crítico do cristianismo, em particular do catolicismo (ele estudou em colégio de jesuítas). Mas isso não me impede de gostar dele. Sempre achei as críticas dele muito engraçadas, mesmo quando não concordo. Ele é um cara inteligente e com bom humor. Se for o Voltaire, eu deixo criticar, hehe.
Em Cândido, o Voltaire tira sarro da frase de Leibniz de que “vivemos no melhor dos mundos possíveis”. Digamos que a história inteira é uma paródia dessa frase. O protagonista só se ferra, mas continua sendo otimista sobre todas as tragédias que ocorrem em sua vida.
Tem um pouco de humor negro no livro, mas quando você já leu humor negro de teor muito pior, principalmente aqueles contidos em livros medievais, você já nem liga.
6- As Mil e Uma Noites
Li a obra completa pela primeira vez quando eu tinha 14 anos. Acho que ganhei de presente de aniversário. Saiu uma edição linda na época em que passou aquela novela “O Clone” hahaha!
Fiquei apaixonada por esse livro. Há muitas histórias famosas nele, como Aladim, Ali Babá e Simbad. E muitas delas se tratam de “uma história, dentro de uma história, dentro de outra história”. Muitas delas repletas de fantasia e poderes, como transformações em animais. É mágico.
A minha história favorita é uma que não lembro o nome agora, mas começa assim: dois irmãos da realeza combinam que os filhos deles se casarão, mas eles acabam brigando para decidir quem terá o menino e quem terá a menina. Nunca mais se falam. Os filhos são criados em cidades separadas e quando se tornam adolescentes se reencontram em circunstâncias inesperadas. Achei belíssima a história. Falando assim nem parece, mas ocorrem vários acontecimentos lindos durante a narrativa, que é bem emocionante. Tenho imagens do “belo rapaz de sobrancelhas negras” na minha mente até hoje e de algumas cenas memoráveis.
Só não tomei coragem de reler ainda porque é MUITO grande, mas é simplesmente maravilhoso!
7- A História Sem Fim, por Michael Ende
AMO o Michael Ende! Sou fã! Leio livros dele desde que eu era criança, porque eram leitura obrigatória no meu colégio.
O primeiro livro que eu li dele foi “O Segredo de Leninha”, na terceira ou quarta série. Lembro que o livro tinha imagens bem assustadoras e eu tinha medo de virar a página. Jindra Capek é o ilustrador e olhando os desenhos dele hoje eu ainda acho assustador, hehe.
Os próximos livros que li do autor foi na quinta série: “Jim Knopf e Lucas o Maquinista” e “Jim Knopf e os 13 piratas”. Tive que fazer uma prova sobre os livros no colégio. Inclusive, esse ano eu comprei os dois livros e reli. Eram tão bons quanto eu me lembrava, embora na época eu fosse nova demais para entender o quão bem escritos eles eram. Minha irmã também os leu no colégio e também pretende relê-los.
“A História Sem Fim” é provavelmente o livro mais famoso do autor. Eu vi o filme quando eu era criança, mas só li o livro no final de 2013, em inglês, quando o comprei numa livraria em Sydney.
Acho o filme ótimo, mas o livro é divino. Acho que o filme só retrata a primeira metade do livro. Só depois que li o livro eu entendi porque se chama “A História Sem Fim”. Tem uma série de reviravoltas inacreditáveis. Foi exatamente a segunda metade que me fez ficar impressionada com a obra.
Outro livro do autor que li nos últimos anos foi “O Teatro de Sombras de Ofélia”, um livro para crianças que dei de presente para o filho da minha melhor amiga.
Meu segundo livro favorito do Michael Ende é “Momo e o Senhor do Tempo”. Vi o filme do livro também.
Recentemente saiu uma adaptação em filme do Jim Knopf que eu estou louca para assistir, mas ainda não consegui achar para baixar. Esse é o trailer.
8- Auto da Barca do Inferno, por Gil Vicente
Leitura obrigatória no colégio. Gostei tanto que já li várias vezes e em cada vez morro de rir. Português antigo de Portugal. Cheio de pérolas.
Já li vários outros autos do Gil Vicente, mas esse continua sendo meu auto preferido. Assim como “A Divina Comédia” de Dante: entre o Inferno, Purgatório e Paraíso, continuo achando o Inferno a melhor. Li vários desses clássicos na adolescência. Aos 16 anos ganhei de aniversário uma edição encadernada de Ilíada e lembro que achei um saco, haha. Mas consegui bravamente ir até o fim.
Imagino que alguns clássicos que talvez eu não apreciasse naquela época eu consiga gostar um pouco mais hoje.
9- O Apanhador no Campo de Centeio, por J.D. Salinger
Li primeiro em português e depois o original em inglês.
Dizem que ou você ama ou odeia o Holden Caulfield. Eu sou uma das fangirls. Ele deve ser o meu bad boy favorito da história da literatura, haha.
Como diabos não fizeram um filme desse livro até hoje? Parece que o autor não queria, ou algo assim. Mas já vi filmes relacionados ao Salinger.
Esse livro costuma ser uma sensação entre estudantes de ensino médio, principalmente nos Estados Unidos. Enquanto isso, outros o acham um saco. Normal. Se tem gente que acha até Shakespeare um saco, não me surpreende.
Ah, quase esqueci: já li outros livros do Salinger e meu segundo favorito dele é “Franny e Zooey” porque é um romance que envolve debates de cristianismo e budismo.
10- 1Q84, por Haruki Murakami
Eu poderia fazer um Top 10 só de livros do Murakami, pois já li todos os romances dele.
Teoricamente, meu livro favorito dele é “Caçando Carneiros”, que faz parte de uma “trilogia de quatro livros” (sim, isso mesmo: ele meio que decidiu lançar um quarto depois).
Apesar disso, considero 1Q84 (também uma trilogia) o mais “belo” no sentido de a história conter um pouco de tudo que pode potencialmente tornar um livro bom: um começo misterioso, personagens interessantes, história boa, debate sobre política e religião, reviravoltas surpreendentes, etc.
Havia rumores por aí de que o Murakami é um bom candidato a um futuro prêmio Nobel de Literatura. Mas quem ganhou o de 2017 foi o Kazuo Ishiguro. Acho que ele mereceu, também já li alguns livros dele e meu favorito é “Não me abandone jamais”, um romance de fantasia envolvendo doação de órgãos. Já vi o filme também, que tinha na Netflix, até tirarem.
Mas voltando ao Murakami, também já vi o filme de um dos livros dele, o “Norwegian Wood”, que não está entre meus livros favoritos do autor. Mas o filme é bom, vale a pena.
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E aqui acaba minha lista. Eu poderia fazer um Top 10 só de livros de fantasia contemporânea, por exemplo. Enfim, quando o assunto é livros de literatura é possível fazer várias listas. Também posso fazer uma só de livros de autores africanos. Sei lá, depois eu penso qual eu sinto que pode ser interessante fazer.
Desculpe, Laranja Mecânica, eu te tirei da lista. Ele fazia parte de listas antigas minhas, mas dessa vez não coube. Também tirei outros autores nacionais que havia em listas antigas. Uma pena, pois há vários livros brasileiros ótimos.