Top 10 Biografias

Eu já devo ter lido mais de cem biografias e autobiografias, principalmente vidas de santos. Eu teria que fazer um top 10 especificamente com as minhas biografias preferidas de santos católicos, então não irei incluí-las aqui.

Minha ideia é enumerar minhas dez biografias preferidas, em ordem de prioridade. Eu certamente vou esquecer alguns livros importantes, mas por enquanto incluirei aqui aqueles que eu lembro que gosto.

1- The Knife Man, por Wendy Moore

Fui levada a esse livro completamente por acaso. Um dia posso contar a curiosa história que me apresentou a ele, quatro anos atrás. Atualmente eu estou lendo pela segunda vez e adorando.

A biografia de John Hunter é fascinante porque ele fez diversas coisas incríveis ao longo de sua vida. E é possível sentir a paixão com que ele fez cada uma delas. Ao saber como ele viveu intensamente, não posso evitar e me contagiar, pensando: “Também quero viver com paixão e intensidade” e me inspiro.

Como eu costumo dizer, a vida e a morte de John Hunter foram mais extraordinárias do que qualquer personagem de livro de ficção que conheço. De certa forma, ele era muito louco, mas de um jeito bom. Acho que faz bem ter um pouquinho desse tipo de loucura e amar tanto algo a ponto de dormir apenas umas 4 horas por noite como ele, porque estava ansioso para prosseguir o seu trabalho o quanto antes!

2- The Butchering Art, por Lindsey Fitzharris

Terminei de ler esse livro há pouco tempo, mas já me apaixonei, como imaginei que aconteceria. É a biografia de Joseph Lister.

Ele não era louco como o John Hunter, mas também amava o que fazia. Era uma pessoa gentil e de princípios, bem diferente do Hunter, que fazia coisas um tanto duvidosas.

Embora os dois sejam diferentes, eles me chamaram a atenção, pois é possível expressar-se de muitas formas. Lister viveu numa época intensa, em que muitas coisas importantes aconteceram e revolucionaram a nossa história. Ele participou dessa revolução.

3- Scourge and Fire, por Lauro Martines

A vida desse cara foi sensacional.

Foi admirado por grandes mentes da época, como Maquiavel, Botticelli e Michelangelo, que assistiam seus sermões e liam suas obras. Inclusive, Botticelli queimou muitas de suas obras pagãs na “Fogueira das Vaidades” devido aos dizeres de Savonarola.

A Florença do século XVI foi uma época de grandes contradições. Uma poderosa voz se levantou contra os abusos da época. Mas, diferente de Lutero, embora ele criticasse a Igreja não desejou se separar dela e sim reformá-la por dentro.

Um santo ou um fanático? Difícil dizer. Tanto sua vida como sua morte foram eventos memoráveis. Inicialmente amado pelo povo, logo seria odiado.

Não sei como ainda não fizeram um filme da vida de Girolamo Savonarola. Também parece história de ficção, de tão surpreendente.

4- Leonardo da Vinci, por Walter Isaacson

Essa biografia é possível encontrar em português. Não faz muito tempo que estava em destaque nas livrarias.

Cheio de ilustrações lindas, o livro conta não somente a vida, mas os conhecimentos que ele tinha e obras que realizou, que foram muito mais que suas pinturas. Seus cadernos de rascunho são uma obra de arte em si.

Estou vendo que gosto de biografias de pessoas que amam o que fazem. Leonardo da Vinci era apaixonado pelo conhecimento, de diversos tipos. É impossível não se inspirar e ter vontade de, como ele, também fazer cadernos de rascunhos e experimentos!

5- I Have America Surrounded, por John Higgs

Descrição do livro em uma palavra: foda.

Eu já li seis livros do John Higgs. Sou fã do autor. Meu preferido dele é o KLF, que me apresentou a uma das bandas mais extraordinárias de todos os tempos. Já escutei os álbuns deles incontáveis vezes.

Não sei o que dizer do Tim Leary. Já li alguns livros dele. O cara era um gênio incompreendido. Estava a frente de seu tempo.

Ele também era bem louco de um jeito bom. Sei lá, é o Tim Leary. Ou você entende ou você não entende.

6- Uma Confissão, por Liev Tolstói

Adoro autobiografias. E essa é possível encontrar em português.

Eu comecei a ler livros do Tolstói por causa do cristianismo. Cheguei a ler alguns. O primeiro que li dele foi o clássico “O Reino de Deus está em vós” que você pode ler de graça no Kindle. A defesa dele do pacifismo baseado em teologia me marcou bastante. Gandhi também leu esse livro e se inspirou nele.

Eu me surpreendi o quanto Tolstói foi sincero em sua autobiografia. Ele relata as coisas de maneira forte e também poética, já que é um escritor de peso. Ele conta o que viu e como se sentiu na guerra, como foi levado a ideias pacifistas e ao cristianismo. Apesar de ter uma visão um pouco pessimista do mundo, suas ideias são bem impressionantes e poderosas.

7- Longa Caminhada até a Liberdade, por Nelson Mandela

Também uma autobiografia que tem em português.

Além de aprender sobre a história da África do Sul, também gostei das descrições que ele faz dos planejamentos para cada ação em sua luta contra o apartheid. Suas “aventuras” na prisão foram bem marcantes.

As histórias da sua infância em meio a fortes tradições tribais também me inspiraram.

Já vi um filme com a vida dele.

8- The Story of my Experiments with Truth, por Mahatma Gandhi

Uma autobiografia que é possível encontrar em português. Comprei a minha na Índia, então acabei lendo em inglês. Já fazia muito tempo que eu tinha vontade de ler, então julguei aquela uma boa oportunidade.

Legal saber que ele não tirava notas tão boas na época da faculdade porque passava a maior parte do tempo lendo livros de assuntos diversos que lhe interessavam.

A impressão que fiquei é que, ao mesmo tempo que ele parece uma pessoa em conflito (tentar seguir sua religião, tentar fazer com que hindus e muçulmanos fiquem em paz), ele acha paz em sua vida simples no Ashram.

Talvez essa seja uma característica de muitas grandes pessoas: elas possuem grandes conflitos e medos, tentam carregar o mundo nos ombros, mas por fora emanam essa atmosfera de paz.

Também já vi o filme que conta a vida dele. Várias vezes.

9- O Diário de Anne Frank

Inicialmente não pensei em incluir esse livro na lista, mas achei que devia ter pelo menos uma mulher. Ou, no caso, uma adolescente.

Lembro que gostei muito quando li. Desde criança eu tinha vontade de ler esse livro, mas acabei lendo bem mais tarde.

A Anne Frank lia muito. Estava sempre lendo! Gostei disso. Ela era muito inteligente.

Ela conta como a maior parte das discussões na casa dela, na época em que estavam escondidos, era por razões idiotas. Creio que soa familiar para muitos de nós.

Vi um filme baseado no livro (tem vários). É difícil acreditar como uma pessoa tão jovem escreveu coisas tão profundas.

Na época que saiu o livro (e principalmente o filme) “A Culpa é das Estrelas” de repente muita gente começou a acessar minha resenha desse livro no meu blog. Era o post mais acessado e eu não estava entendendo porquê. Só depois eu descobri, fiquei curiosa e também acabei lendo esse livro e vendo esse filme.

10- Em Busca de Sentido, por Viktor E. Frankl

Até tinha esquecido da existência desse livro, o que me sugere que devo ter esquecido de outros importantes.

Essa é uma das minhas biografias preferidas, que talvez devesse estar mais acima na lista. Talvez seja minha segunda ou terceira preferida. Quem sabe eu não pensasse nesse livro como uma biografia. Na verdade é uma autobiografia de uma parte importante da vida do Viktor Frankl.

Esse é um clássico universal. Muita gente já leu, assim como muitos já leram O Diário de Anne Frank.

É um livro que desejo reler um dia, pois me deixou bem impressionada.

Acho que qualquer pessoa que esteja meio triste ou deprimida, depois de ler esse livro vai se sentir agradecido por sua vida.

Eis o fim da minha lista.

É o que lembro no momento. Se eu me recordar de outro importante, posso mencionar mais adiante.

Pronto, lembrei de outra biografia maravilhosa que li: “A Parte e o Todo”, autobiografia de Werner Heisenberg. Tem como ler em português!

Apesar de conter vários diálogos sobre física, tais diálogos são descritos de forma clara e boa parte deles podem ser compreendidos por leigos. Além disso, ele vai contando, junto com suas descrições da física, detalhes de sua vida, o que torna tudo muito mais divertido.

Interessou-me particularmente os capítulos em que ele fala sobre as semelhanças das teorias atuais da física com a filosofia de Platão e Kant. Há também debates sobre religião muito enriquecedores. Há a descrição do que o autor viveu durante a Segunda Guerra Mundial e sua opção de permanecer na Alemanha ao longo dela, seus motivos e o que enfrentou com essa escolha. E sua participação nas pesquisas sobre a física atômica.

Como pude esquecer? Uma de minhas biografias favoritas há muito tempo. Primeiro eu vi o filme, mais ou menos com a idade que ela tinha (13 anos) e virei fã. Vi o filme muitas vezes e comecei a gostar do David Bowie e escutar as músicas dele exatamente por causa desse filme.

Só alguns anos depois eu li o livro, que é admirável. Também já li o livro que ela escreveu recentemente, após ter um filho e contrair hepatite C.