Bartolo Longo: o satanista que virou santo

Wanju Duli
4 min readMay 16, 2018

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E você achando que Santo Agostinho foi um exemplo de santo rebelde na juventude por ter amantes e por ter roubado peras! Bartolo Longo tornou-se um alto sacerdote de uma seita satânica, ocultista, necromante e participou de orgias. Em sua homilia, Bento XVI comparou Bartolo Longo a São Paulo de Tarso, que também inicialmente perseguiu a Igreja.

Eis o túmulo do Beato Bartolo Longo na Basílica de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário em Pompeia. Cerca de três milhões de peregrinos visitam a basílica todos os anos. Pompeia tem mais a oferecer do que ruínas empoeiradas cheias de pessoas engessadas e um cachorrinho infeliz, congelado no tempo. É também, coincidentemente, o lar da única igreja da cristandade construída por um ex-satanista.

Remains of Blessed Longo

É a mesma velha história: um menino de uma família religiosa vai para a universidade, se apaixona por satanistas New Age, torna-se um sumo sacerdote satânico, pensa melhor em sua decisão e acaba se voltando para a Igreja.

Bartolo Longo nasceu em 10 de fevereiro de 1841 em uma família rica na pequena cidade de Latiano, perto de Brindisi, no sul da Itália. Seus pais, Dr. Bartolomeo Longo e Antonina Luparelli, eram católicos devotos que rezavam juntos o rosário diariamente.

Quando a mãe de Longo morreu em 1851, ele lentamente se afastou de sua fé católica. Ele foi deixado à sua própria sorte quando estudou Direito na Universidade de Nápoles e se envolveu com um grupo pagão da Nova Era que, por fim, ordenou-o um sacerdote satânico. Participou de sessões espíritas, adivinhação e de orgias. Insatisfeito com a simples prática de sua nova religião pagã, considerou importante ridicularizar publicamente o cristianismo e fez tudo ao seu alcance para subverter a influência católica. Ele até convenceu muitos outros católicos a deixar a Igreja e participar de rituais de ocultismo.

Bartolo Longo aos 22 anos

Mas nenhuma dessas atividades lhe trouxe alegria. Na verdade, sua vida foi marcada por extrema depressão, paranoia, confusão e nervosismo. Ele até começou a mostrar sinais de obsessão demoníaca, em oposição à possessão demoníaca, que incluía ser infligido por visões diabólicas e por uma saúde cada vez pior. Ele finalmente experimentou um colapso mental.

Em seu desespero, ele ouviu a voz de seu falecido pai pedindo-lhe: “Volte para Deus! Volte para Deus!” Com medo, Longo voltou-se para o professor Vincenzo Pepe, um amigo de sua cidade natal, em busca de orientação. Vincenzo convenceu Longo a abandonar o satanismo e apresentou-o ao padre dominicano, padre Alberto Radente. O padre Radente ouviu a sua confissão e ajudou-o a recuperar-se.

Uma noite, enquanto caminhava perto da capela em Pompeia, Bartolo teve uma profunda experiência mística. Ele escreveu: “Enquanto eu ponderava sobre minha condição, senti um profundo sentimento de desespero e quase cometi suicídio. Então ouvi um eco em meu ouvido da voz de Frei Alberto repetindo as palavras da Santíssima Virgem Maria: ‘Se você procura salvação, proclame o rosário. Essa é a promessa da própria Maria’. Estas palavras iluminaram a minha alma. Eu fiquei de joelhos: ‘Se é verdade, não vou deixar este vale até ter propagado o seu rosário’ ”.

Em 25 de março de 1871, como parte de sua penitência autoimposta, Longo tornou-se um dominicano da Ordem Terceira, levando o nome de Irmão Rosário em honra ao rosário. Ele se juntou a um grupo de caridade em Pompeia e trabalhou ao lado da condessa Mariana di Fusco, uma rica viúva local com quem se casou um ano depois, com base na recomendação do papa Leão XIII. O casal resolveu começar uma fraternidade do rosário.

Além disso, o feiticeiro que virou de novo católico restaurou uma igreja em ruínas em outubro de 1873 e depois patrocinou uma festa em honra de Nossa Senhora do Rosário. Bartolo continuou promovendo o rosário até sua morte em 1926, aos 75 anos.

Em 1939 a igreja foi ampliada e reconsagrada como uma basílica e renomeada oficialmente Basílica de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário de Pompeia. Logo se tornou um foco de peregrinações por mais de um século, pois a maioria dos católicos e não-católicos achou que uma igreja construída por um ex-satanista reformado era diabolicamente irresistível.

(Fonte: Catholic Online, adaptado)

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